segunda-feira, 7 de novembro de 2011

SEMPRE A CAMINHO DE OLHOS FIXOS EM JESUS!


Levando em consideração os dois temas anteriores, a saber, A importância da fundamentação bíblica-teológica para a VRC na perspectiva laical” e “A vocação do Irmão na sociedade de estabilidade e na sociedade de mudança”, queremos dar continuidade na reflexão e aprofundamento da nossa vocação e identidade religiosa de irmãos propondo que avancemos “Sempre a caminho de olhos fixos em Jesus”.
Neste sentido e a exemplo de Jesus, certo dia, Ele viu uma grande multidão e fixou nela o seu olhar, movendo-se de compaixão. A multidão tinha fome de saúde, de conhecimentos, de perdão, de pão e de lideranças autênticas.
Os Apóstolos também viram a multidão sofrendo necessidades.  Mas o coração deles ainda não estava configurado com o Coração do Mestre.  Por isso, sussurraram ao ouvido: “Despede este povo. A hora está avançada. Aqui não temos como dar-lhes de comer.” Jesus contrapõe e contesta dizendo: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Mesmos que tinham somente cinco pães e dois peixes, uma vez que passaram pelas mãos criadoras de Jesus, que abençoou a “merenda” do “menino” (cf. Jo 6,9) ela se multiplicou (cf. Mc 6, 30-44) a ponto de sobrarem doze cestos. São muitos “meninos e meninas” que continua oferecendo suas contribuições em favor da VRC e do Reino. Este cenário deve também inspirar a nossa missão na VRC.
 “De olhos fixos em Jesus” (Hb 12,2), ao caminhar no seu seguimento, motivados pela paixão por Ele e pelo serviço no Reino, “qualquer que seja o ponto a que chegamos, caminhemos na mesma direção” (Fl 3,16). O nosso olhar despertou e se ergueu para Jesus. Isso foi possível porque Jesus fixou primeiro em nós o seu olhar de ternura e de salvação.
Jesus continua hoje fixando seu olhar em nós convidando-nos a não perdê-lo jamais de vista. Desta forma, como irmãos consagrados, abre-se diante de nós um novo Horizonte e novas Prioridades para prosseguirmos o caminho de vida e de missão no serviço do Reino.
Perguntemo-nos, pois, que Vida Religiosa Consagrada queremos cultivar e construir daqui para frente?  Inspirada e orientada com os olhos fixos em Jesus (Hb 12,2), a partir dos três olhares: da Palavra (Lc 19,1-10; Mc 10,46-52; Mt 25,31-46) (Bíblia), do Reino (Lc 4,14-30) (Teologia) e da pessoa integrada (Psicologia)!
            Podemos então continuar nos perguntando, como revitalizar ou ressignificar a nossa VRC? E que VRC devemos construir e assumir para, em nosso tempo, ser criativamente fiéis ao nosso carisma e alcançar os nossos objetivos? Vivemos novos contextos, estamos inseridos em novos cenários, surgiram novas exigências, por isso, devemos sempre avançar. De onde e para onde? Isto requer uma profunda mudança porque vivemos numa época de mudança. Será que todas as mudanças são progressos humanos, são libertação e promoção da vida humana, cristã e religiosa? De fato, não basta mudar. Mudar para onde e para quê, eis o grande desafio.
            Para encontrar e viver o novo é preciso estar aberto para o novo, quebrar o paradigma que é dinâmico que movimenta e motiva o caminhar da história humana. Realmente, acontecem novos paradigmas, mas, basta ser diferente ou novo para receber o nosso aval? Que paradigmas culturais, religiosos, sociais, teológicos podemos aceitar na VRC?
            A identidade, por sua vez, é sempre criativa, é vida, é inventiva. Tudo que é vida tem uma identidade dinâmica. A questão desafiadora que surge diante da realidade que estamos vivendo é: que mudanças são necessárias? Que novidades devem ser integradas? Que paradigmas devem ser aceitos? Que identidade deve ser cultivada? Por fim, qual é o sentido de minha vida?
Texto inspirado na apresentação da Ir. Vania Dalla Vecchia ND na Assembleia Eletiva do Núcleo de Novo Hamburgo, RS, 16-10-2011.
São Leopoldo, 1 de novembro de 2011
Ir Gabriel Schuh SJ.

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