segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Vida Religiosa provisória: um desafio a ser enfrentado


João Mendonça, sdb[1]
 Há quem diga que a Vida Religiosa tradicional desenvol­vida até meados do século XX já perdeu sua razão de ser. As assim chamadas novas formas de Vida Consagrada chegaram para assumir o lugar de uma tradição decadente. Portanto uma nova forma de Vida Religiosa desponta no horizon­te da provisoriedade. Não mais vida fraterna para sempre, muito menos conselhos evangélicos perpétuos, nem missão duradoura, simplesmente uma escolha de vida provisória por um tempo determinado pela pessoa, entre cinco e dez anos. E do conhecimento nosso que na tradição budista é possibilitada a todos uma experiência de vida monástica, o que não significa que vão se tornar efetivamente monges pelo resto da vida. Contudo seria isto um contexto de vida provisória ou religiosamente pedagógica?
Acredito que seja mais pedagógica, em vista de um mer­gulho no mistério do budismo, do que uma eventual vivên­cia religiosa sem influências sobre a vida posterior. No caso da Vida Religiosa dita provisória se postula a possibilidade de uma experiência por um período, quase um volunta­riado, e no fim do prazo retorna-se ao ambiente familiar. Aí eu pergunto: é possível ser religioso ou padre por uma década e depois viver como se tudo isso não fizesse parte do seu ser?
O chamado de Deus não é algo exclusivo para estar com ele? A Vida Religiosa não se constitui a partir desse cha­mado? O Senhor que chama pode simplesmente mudar de ideia e deixar de chamar? O religioso pode até pensar que o fato de não sentir mais o encanto da Vida Religiosa perpétua é porque perdeu a vocação, mas pode-se perder algo que nunca encantou desde as entranhas? Seria o caso, então, de refazer a compreensão teológica do chamado?
 Questões de sentido
Diante desses questionamentos, exponho duas teorias mui­to interessantes que despertam nosso interesse sobre esta pro­visoriedade da Vida Religiosa.[2] Segundo Favale, as teses di­zem o seguinte:
• A Vida Consagrada, na sua primeira manifestação, o estilo monástico, nasceu perfeita, enquanto as outras formas posteriores não seriam Vida Consagrada pro­priamente dita, a não ser que coincidam com o estilo monástico. Com isto se quer dizer que a Vida Consagra­da, com seus variados estilos, seria apenas a história de uma progressiva decadência.
• Há uma reação a essa tese que reza o seguinte: a Vida Consagrada teria nascido no monaquismo como um embrião, uma coisa imperfeita, que, com o passar do tempo, foi sendo aperfeiçoada. Consequentemente, cada nova forma de Vida Consagrada é um passo a mais no desenvolvimento e na completa formação da mesma, tendo nos institutos seculares o seu vértice.
Teorias postas, problema para refletir. Quem tem razão? Hoje, a tendência de muitos, mesmo de eclesiásticos renomados, é achar que há um esgotamento do modelo tradicio­nal de Vida Religiosa, portanto são partidários da primeira tese. Outros mergulham de cheio na compreensão desse desenvolvimento histórico. No entanto, nenhuma posição me parece corresponder ao dinamismo do Espírito Santo na história, pois os carismas são frutos do Espírito e não meros caprichos dos fundadores. Acredito que o limite não é o tempo, mas a capacidade de inculturação do carisma no tempo e no espaço, e isso é uma tarefa carismática dos membros do Instituto.
Re-partir do carisma fundacional, portanto, é um desafio que se impõe hoje a todas as formas de Vida Religiosa, o que já pedia o Concílio Vaticano II: “A atualização da Vida Religiosa compreende ao mesmo tempo continuo retorno às fontes de toda vida cristã e a inspiração primitiva e original dos institutos, e adaptação dos mesmos às novas condições dos tempos” (Perfectae caritatis, cf. n. 1). O termo contínuo quer dizer permanente, dinâmico, ousado, e não uma mera e nostálgica recordação do carisma do fundador.
Também existe o questionamento da diminuição das vo­cações, por isso que, para atrair os jovens, é preciso assumir algumas atitudes: ou voltar às antigas formas de vida católica tridentina que parecem agradar os jovens, como, por exem­plo, o uso do hábito, a disciplina, o afastamento do mundo, a linguagem padronizada etc., ou adequar-se às novas ondas juvenis sem tanta disciplina, pouco estudo sistemático, uma espécie de vida mista que transita entre as relações afetivas e a castidade temporária etc.
A questão de base de toda esta problemática reside na re-definição do ser humano que estamos vendo no atual contexto, ou seja, passa-se do valor comunitário para o va­lor da “história pessoal do indivíduo”.[3] Segundo Merkle, o que o indivíduo busca é ser o centro de toda a realidade, ele reduz a religião e a Vida Religiosa a sentimentos ín­timos; é um pertencer de forma “líquida” e “fazer o que se gosta”.[4] Ora, quem apenas gosta de algo ou deixa de gostar não aprendeu a amar. Vive-se do puro subjetivismo infantil, como uma criança que bate o pezinho ora para protestar contra alguém, ora para exigir um afeto e reali­zar um capricho.
Então, que é que isso significa para a Vida Religiosa? É muito simples e preocupante: o indivíduo com uma depen­dência absoluta busca um grupo ou um estilo de vida, não para ter uma vida partilhada no comum da fraternidade, dos conselhos evangélicos e da missão, mas para ter garantias de sua privacidade. Por isso não cria vínculos de pertença, não partilha da história do outro e não age em conjunto. Quan­do sua carência básica de consumo não é satisfeita, ele migra para outro grupo, abandonando sem dificuldades o que vi­nha desfrutando. Acontece também que tais comunidades formadas na base do privativo interesse,
quando se reúnem para programar, programam sempre em coi­sas mínimas: o mínimo de oração, o mínimo de sacrifício, o mínimo de vida comunitária, o mínimo de entrega comunitá­ria aos outros. Por outro lado, há o máximo de individualismo, o máximo de liberdade e o máximo de comodidade. Resulta, assim, num projeto de vida que não encanta a ninguém, um projeto para ser vivido sem muitos problemas.[5]
 Este sim é o verdadeiro eclipse da Vida Religiosa, seja ela na sua vertente tradicional, seja provisória.
 Questões de significado
Ora, “a Vida Religiosa contesta a atitude da sociedade se­gundo a qual os investimentos humanos são sempre provisó­rios”.[6] O fato de algumas sociedades de vida apostólica terem como doutrina que os conselhos evangélicos são renovados a cada ano — por exemplo, as Irmãs da Caridade de São Vi­cente de Paulo —, não quer dizer que elas vivam do provi­sório, muito menos que a Vida Religiosa seja funcional. Mas trata-se de um dinamismo inerente ao próprio carisma fun­dacional que caracteriza não a busca do indivíduo, mas sua plena realização dentro de um projeto comum, pois a Vida Religiosa não é um fazer coisas segundo interesse pessoal, mas um ser pessoa interdependente, que partilha um projeto comum e age em comunhão com os outros.
O provisório, por outro lado, é apenas o voltar-se para si, mesmo que trabalhando com os outros, porém sempre fechado no próprio bem-estar, sem vínculos.
Quando um(a) religioso(a) professa, revela ao mundo e à Igreja que Jesus Cristo é o sentido pleno de toda a sua vida, seu modo de SER pessoa em relação. “Isso significa essencialmente optar por transcender a si mesmo, por abandonar a atitude egoísta de abrir-se para Deus, para a realidade e para os outros no amor.”[7] A auto-transcendência no amor é a base de qualquer Vida Religiosa. Agora, o drama de muitos religiosos na atualidade é cair na tentação do romantismo, ou seja, fechar-se em si mesmo, em seus problemas, em suas necessidades, em suas buscas de preenchimento. O desafio está em aceitar o realismo da vida, sobretudo o deixar-se questionar a partir dos destinatários da missão, a partir dos pobres. Quando isso é assumido coletivamente, a comuni­dade religiosa, e cada pessoa nela, se torna capaz de assumir compromissos coletivos. Trata-se do saber “viver juntos por causa de, não a fim de”.[8]
 Questões de identidade
Contudo a crise do ser, assim chamado pós-moderno, é de viver no provisório. As relações são provisórias, os casamen­tos são cada vez mais provisórios, o trabalho é provisório, as alianças e pactos políticos são também provisórios e opor­tunistas. É um clima de incerteza quanto ao dia de ama­nhã que espanta a todos. Enquanto isso, a Vida Religiosa, de modo geral, sustenta a perpetuidade dos compromissos, mesmo sofrendo as amargas perdas de pessoal. A questão é que as novas gerações não respiram o clima cultural religio­so católico herdado da família. Elas chegam de diversas ex­periências, todas, ou a maioria delas, transitórias, sobretudo religiosas. E possível até dizer que as várias religiosidades e espiritualidades transitam na vida das pessoas.[9]
O sincretismo perpassa a longa linha da vida e parece que a fé professada na sua dimensão de anúncio e conversão não chega a tocar as pessoas em profundidade. O processo for­mativo das novas gerações de religiosos (as) muito menos. A argumentação dos valores e das atitudes religiosas forma uma casca que, se perfurada, revela a fragilidade do ser que tem dificuldade de internalizar a cultura religiosa carismá­tica do Instituto e, portanto, se comporta segundo o padrão esperado pelo seu grupo de interesses, mas não está disposto a agir no conjunto, e sim no privado.
E uma Vida Religiosa romântica e fragilizada, na qual o aburguesamento, desde os inícios da formação, mina a caridade, em que o consumismo enche os olhos e esvazia o coração, o individualismo ofusca o valor da comunidade e cria-se uma dependência do Instituto, pois tudo se espe­ra receber como um ser totalmente dependente do afeto da mãe. Nesse caso, tanto o Instituto como a comunidade eclesial se transformam na mãe que faltou ao religioso. Isso significa que a pessoa não foi educada para administrar fra­cassos, frustrações. “O problema é o amor, a caridade.”[10]
Nesse sentido a Vida Religiosa provisória, expressa muitas vezes nos novos movimentos religiosos, “são os sinais de uma rejeição muito mais radical das igrejas institucionaliza­das do que o ateísmo da modernidade, porque criam substi­tutos”.[11] Essa nova realidade pode ser até uma resposta à per­gunta pelo sentido da vida, mas nada garante. Isso acontece porque é sempre mais “líquido”[12] o sentido de pertença, e a diversidade de referências contribui para a busca da identi­dade sempre mais desafiante, porque a ofuscada experiência do transcendente elimina o confronto salutar da dúvida e do mistério.
A dúvida não é um mau em si, é a brecha pela qual pode entrar a certeza de um projeto de vida centrado no bem-estar do outro. Por sua vez, o mistério é a oportunidade de cavar fundo na existência para encontrar a presença do totalmente Outro que se revela seja no privado, seja no coletivo.
É também possível que a Vida Religiosa perpétua, institu­cionalizada aos longos dos séculos, que tem a pretensão de ser sinal de testemunho e profetismo, seja porque favorece uma resposta pela busca de sentido, seja porque cria segu­rança para a pessoa, pode “tornar-se algo relativo, exatamen­te porque o indivíduo a privatiza. E por isso que muitos jovens buscam a Deus, mas rejeitam o Deus tradicional que encontram na Vida Religiosa institucionalizada.[13] Por isso as grandes decepções no atual cenário dos institutos religiosos tradicionais, com saídas inúmeras, sobretudo nos primeiros anos de votos temporários e da ordenação presbiteral.
Contudo há também outro elemento: o idealismo. Pessoas que criam castelos de areia e imaginam a Vida Religiosa como uma vida sem conflitos, sem incoerências, sem patologias. Quando encontram essas coisas, que infelizmen­te existem, devido à nossa humanidade, se desencantam, e não conseguem responder com uma relativa maturidade. Por isso é preciso educar a nova geração ao realismo, sem perder, no entanto, o encanto do sonho.
 Tarefas pertinentes à Vida Religiosa
Que seria importante resgatar neste cenário complexo?[14]
·        Re-elaborar a teologia da Vida Religiosa a partir dos pa­radigmas existenciais que trazem as novas gerações, com uma salutar síntese das coisas antigas: não é rejeitando a experiência do passado que vamos dialogar com o novo, mas instaurando o salutar confronto na busca da essen­cialidade, o serviço ao Reino.
·        Recuperar a antropologia da Vida Religiosa: o importan­te é considerar o ser humano envolvido no processo de busca em vista de um projeto de radicalidade. A pessoa do religioso e suas raízes culturais precisam ser integradas no processo formativo continuo, jamais estanque.
·        Repensar o simbolismo teológico da Vida Religio­sa: Martin Buber, para citar um exemplo, profetiza o “eclipse de Deus”,[15] aquela imagem clássica de Deus de­saparece no cenário religioso fragmentado. Ora, a Vida Religiosa, como teologia, não pode ficar à margem des­sa mudança, mesmo na sua missão específica. É preciso sair do mundo da clausura para instaurar um diálogo com a sociedade, com a cultura e com a própria Igreja.
·         Nesse sentido a identidade da Vida Religiosa no atual contexto pode ser re-pensada nos seguintes paradigmas à luz do Documento de Aparecida:[16]
 
CHAMADA A SER
CHAMADA A FAZER

— Testemunha significativa.
— Participação ativa na ação pastoral

— Fiel ao Evangelho no meio das vicissitudes históricas
— Presença em situação de pobreza, de risco e de fronteira (DA, n. 99c).

— Dom do Pai, seguimento de Jesus Cristo e serviço a Deus na humanidade.
— Passagem de uma pastoral de conservação para uma pastoral missionária e projetual.

— Vida discipular místico-comunitária.
— Formação de uma nova geração de religiosos (as) discípulos (as) e missionários (as).

— Vida   missionária  apaixonada por Jesus, verdade do Pai, capaz de mostrar a luz de Cristo às sombras.
— Conformação de uma nova sociedade de justiça e dignidade.

— Transformação de nossas obras em lugares de anúncio do Evangelho, de comunhão, principalmente para os mais pobres.
— Vida a serviço do mundo a partir do carisma fundacional.

— Especialista em comunhão tanto no interior da Igreja como na sociedade.
— Descoberta dos novos rostos da pobreza atual, das novas periferias, dos novos desertos e das praças onde estão os sem-trabalho.
— Integrada e integradora a partir da espiritualidade do carisma e de um processo contínuo de conversão pessoal e comunitária.

— Promoção da conversão pastoral, do diálogo ecumênico e da pastoral urbana.
— Avançar com ousadia, profetismo e humildade, para águas mais profundas: AVANCEM!

 
Diante de tantos fatos aqui narrados, não bastam as boas intenções. A Vida Religiosa não é filha de um monaquismo perfeito, por mais valiosa que tenha sido ao longo dos sécu­los até nossos dias a vida monástica em todas as suas formas. Também o vasto movimento da Vida Religiosa não se de­senvolveu desde o monaquismo como um embrião. Acredi­to, sim, que a Vida Religiosa manteve sempre sua abertura ao Espírito Santo na sensibilidade de homens e mulheres ousados que souberam ler os sinais dos tempos no contexto em que viviam e deram respostas a questões locais com ho­rizontes universais.
Em consequência disso, o postulado de uma Vida Reli­giosa provisória, que nos assusta inicialmente, pode ser mais uma onda neste mar bravio que sacode o barco, mas não o afunda, porque o Senhor sempre está conosco e tem a força para fazer a tempestade acalmar-se e dissipar o medo. Por isso, creio recomendáveis três atitudes de fé:
1)        Promover uma atitude contemplativa de todos, agrade­cendo a Deus pelo dom da vocação e da missão.
2)        Cultivar um respeito recíproco, que ajuda a aceitar os mais fracos, respeitando a criatividade e a responsabili­dade.
3)        Consagrar ao Senhor todos os esforços da missão.
 Questões para ajudar a leitura individual ou o debate em comunidade
1. Conhecemos, realmente, a história da Vida Religiosa Consagrada?
2. Assumimos a Vida Religiosa Consagrada como pro­cesso em contínua mudança ou como algo imutável?
3. Como nosso Instituto enfrenta a realidade da Vida Religiosa provisória?
 Fonte: CONVERGÊNCIA, Dezembro de 2008.

[1] Padre João Mendonça é mes­tre em Educação, com especializa­ção em Pedagogia Vocaciona] pela Pontifícia Univer­sidade Salesiana, de Roma. Endereço do autor: E-mail: mendonca@isma. org.br
[2] FAVALE, Agosti­no. Vita consacrata e società di vita apostolica: profilo storico. Roma: LAS, 1992. pp. 289-291.
[3] MERKLE, A. Judith. O compromis­so da escolha: a vida religiosa nos dias atuais. São Paulo: Loyola, 2007. p. 21.
[4] BAUMAN, Zygmunt. Amor líquido: sobre a fragilidade dos laços huma­nos. Rio de Janei­ro: Zahar, 2004. Leia-se também: GRÜN, Anselm. O ser fragilizado: da cisão à integração. 4. ed. Aparecida: Idéias & Letras, 2004.
[5] GIL SOLOR­ZANO, Juan An­tonio. Realismo y utopia de la vida religiosa. Religion y Cultura, LIII, p. 115, 2007.
[6] MERKLE, A. Judith. O compromisso da escolha: a vida religiosa nos dias atuais, cit., p. 32.
[7] Id., ibid. p. 46.764
[8] BAUMAN, Zygmunt. Amor líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos, cit., p. 46.
[9] TAVARES, S. Sinivaldo. Como experimentar Deus, hoje? Grande Sinal, pp. 143-157, mar/ abr 2003.
[10] COMBLIN, José. Os interrogantes da vida religiosa no século XXI. Convergên­cia, n. 370, p. 95, mar/2004.
[11] Id., ibid. p. 79.
[12] O termo líqui­do é próprio dos escritos do soció­logo Bauman e se caracteriza pelo aspecto efêmero das relações humanas e das próprias opções de vida. Trata-se de um ser humano sem vínculos. Ou­tras obras do autor tratam da liquidez da vida humana em outras esferas, a saber: Medo líquido, Tempos líquidos, Vida líquida, Modernidade líquida etc. Uma rica temática que procura descrever o momento de crise da modernidade.
[13] COMBLIN, José. Os inter-rogarites da vida religiosa no século XXI, cit., p. 80.766
[14] O cenário da provisoriedade e da perpetuidade na Vida Religio­sa encontra neste artigo uma tarefa importante para sua projetualidade. Cf. VIGIL, Maria José. Os desafios atuais mais fundos à vida religiosa. REB, fase. 255, pp. 645-648, jul/2004.
[15] PAGOLA, A. José. Testigos dei mistério de Dios en la noche. Sal Terrae 2000, pp. 27-42.
[16] Indico também um valioso artigo sobre esta proje­tualidade da Vida Religiosa à luz de Aparecida: Cf. BOMBONATTO, Vera Ivanise. A vida consagrada e as opções de Apare­cida. O que o Do­cumento de Aparecida diz e espera da vida consagrada. Con­vergência, número especial, n. 409, pp. 162-171, mar/2008.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Para Formar Comunidade.

Tradução livre do texto: "Para Formar Comunidad"  Escrito por Gregorio Iriarte, o.m.i. Encontra-se en: http://www.vidareligiosa.es/
Ingenuamente, acreditamos que a verdadeira comunidade está livre de conflitos. Gregorio Iriarte, a partir de sua longa vida, diz que a comunidade evangélica tem conflitos, mas não existe se há pessoas que partilham e se abraçam como se sentem. Reflexões sobre a "reunião da comunidade", baseado no livro "Como construir uma comunidade" P. Desmond O'Donnell, o.m.i.
Necessidade da comunidade Somos feitos à imagem e semelhança de Deus, que é "Comunidade trinitária" Portanto, para todos e cada um de nós ", existem na realidade co-existir e se desenvolver e comunicar é livre." Religiosos / as, estamos cada vez mais conscientes da necessidade de aprofundar a nossa vida juntos em um relacionamento que irradia incentivo fraterno genuíno, calor e nova vida em uma sociedade cada vez mais atolados em pragmatismo, o individualismo eo consumismo. Nada é mais importante para alcançar uma maior solidariedade do que a união dos corações com a aceitação mútua de cada um e cocô um de nossos irmãos / irmãs. Nada mais que ansiamos para ser aceito, ser amado e ter em conta por outras pessoas, daí a reuniões da comunidade deve ser para nós uma prioridade real. Na verdade, o melhor de cada um de nós é que recebemos daqueles que nos amou. Quanto mais somos amados, ficamos mais livres para aceitar a nós mesmos e aos outros. Quando nos sentimos amados, nós crescemos. Quando nos sentimos amados. Lamentamos e temos a tendência para fechar em nós mesmos.
No entanto, a tarefa não fácil Na verdade, não é fácil viver as exigências de um grupo de verdadeira comunidade. Demasiadas vezes, usamos máscaras e fantasias que escondem nossa verdadeira identidade. Tensões e conflitos são inevitáveis, mas isso não deve ser um obstáculo para impedir o crescimento da comunidade. O que importa é saber como enfrentá-los. Nós viemos de diferentes ambientes sócio-cultural e isso faz com que cada um tem uma maneira diferente de ver a nossa própria realidade pessoal e social. Está longe de ser fácil conciliar abordagens e atitudes. Muitas vezes o que faz parte do grupo que você quer não se encaixa com as aspirações e projetos de outros membros. Como ser você mesmo e ainda assim viver plenamente integrado na comunidade? Como viver os valores da comunidade, sem se tornar atitudes despersonalizada e gregária ...? O que nós queremos neste artigo é responder à seguinte pergunta como é que podemos formar uma comunidade religiosa autêntica de estar ciente da presença contínua de tensões e conflitos? O espírito de comunidade mais importantes e dinâmicos para viver é ser fiel ao "encontro da comunidade". Então, quais são as características mais importantes de uma "reunião da comunidade" verdadeiras e quais são os principais obstáculos. Temos de encontrar as razões pelas quais tantos / como a vida em comunidade religiosa, no entanto, viver tão sozinho. Apresenta uma "reunião da comunidade" verdadeiro: 1 .- A reunião da comunidade verdade deve ser de um princípio básico: todos nós queremos ser aceitos e todos devem aceitar os outros. Cada membro deve ser aceita como é, na sua identidade única. A comunidade se reúne para levá-los a mudar as atitudes dos membros, ou para corrigir ou para chamar a atenção ou fazer observações sobre a conduta de seus membros .... Reúne-se para incentivar uma franca e fraterna interfone. 2 .- Todas as pessoas são únicas, originais e únicos. Deus nos fez todos diferentes e quer continuar a ser. A comunidade deve ajudar a todos a ser ele mesmo. Cada membro da comunidade deve ser aceito por isso não é tanto o que você sabe ou o que você faz. É um erro, portanto, quando uma reunião da comunidade vai procurar impor uniformidade, procurando que todos são iguais e que todo mundo pensa o mesmo. 3 .- Para aceitar as pessoas e amá-los não significa que nós não percebemos seus defeitos e limitações. As pessoas devem ser aceitas e totalmente estimado, com as suas próprias falhas. O verdadeiro amor é o amor da perfeição de Deus. Deus ama cada um como nós somos com nossos próprios erros, quedas e pecados. A comunidade, portanto, é para corrigir defeitos, ou para levantar argumentos ou a palestra para seus membros. Aceita membros com seus pontos fortes e fracos e não busca alterar diretamente o seu de cada um, mas uma comunicação profunda. Somente quando a comunidade se torna acolhedor e compreensão, define as condições para cada um dos seus membros cresce dentro. 4.-Os sentimentos são individuais profundo e original. Em certo sentido, os sentimentos que são. Eles estão sempre como o nosso e que mais amamos. Sentimentos fazem parte da nossa experiência de vida, daí a querer mais do que nossos próprios pensamentos. Para compartilhar em profundidade é necessário que nós nos referimos aos nossos sentimentos. Você pode se expressar dizendo "Eu sinto ..." ou "eu tenho ..." seguido de um adjetivo ou um advérbio. Se o fizer, certamente este é um sentimento genuíno que responde a uma experiência real. No entanto, quando você diz: "Eu acho que ..." você quer dizer um julgamento, não um sentimento. Se você disser "sinto-me ..." é, provavelmente, não mais do que apenas uma opinião pessoal. Portanto, um problema muito comum para evitar é para questionar ou anular os sentimentos de nossos irmãos. Eles devem ser sempre respeitados. Quando alguém compartilha os sentimentos, partilham algo muito profundo nele. Comunicar os meus sentimentos quando eu oferecer algo de mim mesmo grupo. Por outro lado, devemos sempre ter em mente que cada pessoa tem o direito de reter alguns aspectos da sua vida que você não quer atender. 5 .- Compartilhar o "eu interior". A comunidade deve ser totalmente livre em seu nível de comunicação, mas o ideal é conseguir uma partilha profunda. Superfície é fácil de compartilhar problemas no trabalho, o nosso ministério, sobre política, sobre o tempo ... Mas partilha profunda não é fácil. Leva tempo e requer confiança mútua. A necessidade mais profunda de cada um de nós é amar e ser amado. Deve ser aceita e compreendida. Esse é o grande ideal de todos a verdadeira comunidade evangélica, Deus quer que sejamos uma verdadeira comunidade, que "pode ​​ser um como Ele é Um". "Um," acima de tudo, compreensão e amor mútuo. O amor profundo e verdadeiro sentido de uma pessoa expressa quando eu concordo e acho que como ela é. Quando os outros me entender e me permitir eu vou entender, Senhoras e quando estou na minha vez, então eu estou crescendo como pessoa, religiosos / y como um discípulo de Jesus. Só então sou livre para aceitar e amar a mim mesmo. Minhas feridas, minhas apreensões e as suspeitas se curar no calor de comunicação e entendimento. Nesta atmosfera Aceito os meus erros e tentar superá-los e eu posso sentir meus medos e ressentimentos estão gradualmente desaparecendo. Estou ficando cada vez melhor dentro porque a aceitação e amizade me dá nova energia para a mudança pessoal. Significa compartilhar mais profundo para se comunicar nossas lutas, os nossos problemas, nossos sucessos, os nossos desejos, nossas frustrações, nossas falhas, nossas realizações. Isso significa, para comunicar as nossas esperanças, nossos desânimo, nossos atos de coragem, de nossos medos, nossas tristezas, nossas decepções ... 6 .- Somos chamados a complementaridade. A maioria de nós tem medo de não ser aceito e não ser amado de verdade. Por essa razão, muitos de nós não são completamente felizes, nós a solidão dentro de nós mesmos. De um modo geral, tentamos esconder nossos empregos, nossos pequenos êxitos pastorais, temos visto na TV. ou o que lemos nos jornais ... A conversa torna-se inútil e algo a vida da comunidade meramente funcional. Se analisarmos objetivamente vai ver que vivemos ao lado do outro, perto deles, mas não para eles. No entanto, descobrimos que a verdadeira unidade "da mente e do coração" é construído a partir das diferenças de nossa diversidade. Sentimos que somos chamados a complementaridade. Vemos que em nossa própria experiência pessoal na medida em que alguns de nós estão entendendo e aceitando o melhor de nós toma conta e começa a crescer dentro de nós. São Paulo nos oferece um tema bonito, quando pediu para ser "sincero no amor" (Ef 4.15). Não é ou pode não concordar com o que os nossos irmãos na comunidade. Nós simplesmente avançar a prática da grande ideal que Jesus nos oferece: Eu pergunto: "Que vos ameis uns aos outros como eu vos amei" (Jo 13,34).
Conclusões 1 .- A "reunião da comunidade" não é para julgar ou para corrigir alguns erros do grupo ou indivíduos que a compõem, mas para se comunicar em profundidade e, assim, conseguir uma melhor saber, aceitar e construir juntos uma verdadeira fraternidade. 2 .- Um dos maiores erros em que caiu muitas vezes fazem a "reunião da comunidade" uma prática de "correção fraterna" com a idéia de superação de alguns problemas de comportamento pessoal ou comunitário. Verdadeira comunidade é construído a partir da aceitação de cada um dos seus membros todas as suas limitações pessoais psicológicos e espirituais, e não de autoritarismo, independentemente de suas intenções. 3 .- A "correção fraterna" só pode ser positivo em um segundo depois. Isto é, pode e muitas vezes nasce da aceitação dos outros, mas nunca de uma demanda por mudança imposta à reunião da comunidade. 4 .- É muito provável que alguém na comunidade quer comunicar-se reservadamente com maior profundidade e espero que você identificar as eventuais lacunas ou erros. É possível que uma equipe de encontro real comunidade vai levar a esse diálogo aberto e construtivo, mas a reunião em si não é um sistema de coerção ou correção. 5 .- Nunca pode ser eficaz se uma parte da reunião da comunidade verdadeiro reconhecimento ea estima de todos os seus membros. Esta é a razão para o fracasso do que foi anteriormente chamado de "capítulo de falhas". Foi com base no verdadeiro amor fraternal ou os princípios mais elementares da psicologia. O grande ideal de comunidade temos expressa no comportamento e atitudes das primeiras comunidades cristãs: "A multidão dos crentes tinha um só coração e uma só alma" (At 4.32).