terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Paquistão: religiosa fala sobre mulheres que sofrem violência


“No Paquistão, as mulheres aprendem desde pequenas que os homens têm o direito de maltratá-las”: foi o que disse uma religiosa paquistanesa, que trabalha em um centro da Diocese de Faisalabad, que recebe o apoio da “Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre”.

A religiosa ajuda jovens, mulheres e até mesmo crianças vítimas de violência, não somente em âmbito familiar. Por motivos de segurança, preferiu não divulgar seu nome, mas nem por isso se cala diante dos abusos e violações dos direitos humanos no país asiático, precisamente quando – como referiu nos dias passados a agência Fides – não para de aumentar o balanço das vítimas no Paquistão por causa da polêmica lei sobre a blasfêmia. Enquanto isso, as minorias religiosas continuam sofrendo ações perpetradas por extremistas.
Falando à Rádio Vaticano, a religiosa de Faisalabad contou sobre o seu trabalho com as mulheres do Paquistão; “são mulheres na maioria cristãs – afirma. Não sabemos exatamente quantas mulheres, porque depende de quantas pessoas vêm até nós. Quem quer que seja, nós ajudamos. Muitas vezes, se trata de mulheres que foram surradas pelos seus maridos ou que sofreram violência doméstica, algumas vezes se trata de abusos sexuais e matrimônios forçados”.
Falando sobre o futuro dessas mulheres violentadas, a religiosa vê dificuldades: “Elas não têm oportunidades no Paquistão porque, quando as pessoas sabem que a mulher foi violentada, para ela é muito difícil encontrar um marido. Sobretudo as pessoas que vivem ao seu redor não aceitam que essa mulher entrem em suas casas como nora. Algumas delas se casam com alguém de longe ou que é viúvo, ou com homens de uma certa idade e que não têm filhos e procuram uma esposa”, destacou a religiosa