domingo, 8 de dezembro de 2013

Tenemos un problema de lenguaje

Escrito por Martín Gelabert.
En la exhortación apostólica de Francisco sobre “la alegría del Evangelio” aparecen una serie de temas que ya han aflorado en sus homilías y, sobre todo, en las entrevistas periodísticas que tanto revuelo han causado. Uno de estos temas es el del lenguaje con el que explicamos y anunciamos nuestra fe. El Concilio Vaticano II ya había dicho que “la adaptación de la predicación de la palabra revelada debe mantenerse como ley de toda la evangelización”. Me temo que algunos no hemos sabido adaptarnos y seguimos cómodamente repitiendo fórmulas que muchos no entienden. Como no las entienden, no pueden acogerlas debidamente. En esta línea Francisco ofrece unas interesantes consideraciones: debemos “expresar las verdades de siempre en un lenguaje que permita advertir su permanente novedad”. No se trata de ofrecer una nueva verdad o de acomodar o reducir la revelación para que no resulte chocante o sea más fácilmente aceptada. Se trata de decirla de forma que parezca “nueva”. Porque al resultar nueva despierta la atención del oyente y así el oyente puede plantearse si quiere acogerla.
“A veces, escuchando un lenguaje completamente ortodoxo, sigue diciendo Francisco, lo que los fieles reciben, debido al lenguaje que ellos utilizan y comprenden, es algo que no responde al verdadero Evangelio de Jesucristo”. Esta advertencia es muy seria: buscando ser ortodoxos no respondemos al Evangelio. En nombre de la máxima ortodoxia podemos transmitir heterodoxia. Continúa diciendo el Papa: “con la santa intención de comunicarles la verdad sobre Dios y sobre el ser humano, en algunas ocasiones les damos un falso dios o un ideal humano que no es verdaderamente cristiano”. Son advertencias muy graves: repetir un lenguaje que en otras épocas y para otras mentalidades resultó adecuado, puede hoy convertirse en la mayor de las infidelidades, bien porque los oyentes no entienden nada o bien porque entienden “otra cosa”.
El lenguaje está estrechamente ligado a los signos y a las costumbres. También ahí tenemos un problema. Hay algunas costumbres muy arraigadas a lo largo de la historia, no directamente ligadas al núcleo del Evangelio, “que hoy ya no son interpretadas de la misma manera”. Por eso “ahora no prestan el mismo servicio en orden a la transmisión del Evangelio”. El Papa anima a no tener “miedo a revisarlas”. Dígase lo mismo a propósito de normas o preceptos eclesiales “que pueden haber sido muy eficaces en otras épocas pero que ya no tienen la misma fuerza educativa como cauces de vida”. En conclusión: “la tarea evangelizadora se mueve entre los límites del lenguaje y de las circunstancias”. Debemos reflexionar sobre ello y sacar las oportunas consecuencias pastorales.
fonte: http://www.vidareligiosa.es/

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

A Ordem da Imaculada Conceição



Frei Clarêncio Neotti, OFM
Na história do dogma da Imaculada Conceição e da devoção à Virgem Maria concebida sem pecado original, destacam-se Santa Beatriz da Silva e a Ordem religiosa por ela fundada, hoje chamada Ordem das Irmãs Concepcionistas Franciscanas, ou Ordem de Santa Beatriz ou, simplesmente, Concepcionistas. No início, a Ordem se chamou Ordem da Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria, mas como as Irmãs estavam estreitamente ligadas aos Franciscanos, que lhe davam assistência e subsídio teológico, o povo espanhol chamava a Ordem de “Concepción Francisca”.
De fato, a Ordem nasceu na Espanha, precisamente em Toledo, onde, em 1484, Beatriz Menezes da Silva, com doze companheiras, deu início à nova família religiosa com uma intenção bem definida: contemplar e difundir o privilégio da Imaculada Conceição de Maria, então ainda apenas devoção e objeto de complicadas discussões teológicas. Em abril de 1489, o Papa Inocêncio VIII aprovou a nova Ordem “sob a proteção da Conceição bem-aventurada”.
Beatriz trouxera do berço a devoção à Virgem Imaculada. Nasceu em 1426, em Ceuta, costa da África setentrional, de pais portugueses: Ruy Gomes da Silva e Isabel Meneses. Os pais, aparentados com a família real portuguesa, trabalhavam na corte e foi em meio ao bulício cortesão que Beatriz se educou, como disse o Papa Paulo VI, “rica em dons da natureza e da graça, distinguindo-se desde os primeiros anos por uma singular devoção a Jesus Cristo e à Virgem Mãe de Deus, sobressaindo por sua prudência, retidão de vida e progresso nos estudos cívicos e religiosos”. Moça extraordinariamente bonita, foi dama de honra da Rainha Isabel de Castela. Afastando todas as pretensões de casamento, emitiu voto de perpétua virgindade e retirou-se para um mosteiro de Toledo. Mas não se fez religiosa. Por 30 anos viveu como leiga consagrada. Só em 1484, deu início à nova forma de vida, uma vida enclausurada, contemplativa, com um carisma monacal bem definido.
Beatriz não conseguiu solidificar a Ordem, porque faleceu em agosto de 1490. Mas o que é de Deus sempre tem futuro garantido. As Filhas de Santa Beatriz cresceram no meio de dificuldades e de muita santidade. Em 1546, a Ordem já contava com mais de quarenta mosteiros, inclusive um no México. Aliás, as Concepcionistas foram as primeiras religiosas a acompanhar os missionários na América Latina e Filipinas, sem esquecer que foram também as primeiras contemplativas que se fixaram no Brasil. A Ordem das Concepcionistas Franciscanas está hoje presente com quase 200 mosteiros em vários países do mundo.
Beatriz, que tem um irmão de sangue franciscano e bem-aventurado (Beato Amadeu da Silva), foi canonizada pelo Papa Paulo VI, no dia 3 de outubro de 1976, coroando, assim, uma multissecular veneração que o povo, sobretudo da Espanha, Portugal e América Latina, sempre teve para com aquela que renunciara à corte e a suas pompas para viver na contemplação e na difusão do privilégio da Imaculada Conceição de Maria.
Na Ordem de Santa Beatriz surgiram grandes figuras marianas, como a venerável Madre Maria de Jesus de Ágreda (1602-1665), teóloga, mística, missionária, autora do famoso livro “Mística Cidade de Deus: Vida da Virgem Mãe de Deus”, considerado patrimônio da mística cristã, obra traduzida para vários idiomas, inclusive o português (tradução feita pela Abadessa do Mosteiro concepcionista Portaceli, Ponta Grossa, Pr). Poderíamos ainda lembrar as veneráveis Madre Maria dos Anjos Sorazu (também escritora), Madre Maria Teresa de Jesus Romero, Madre Mariana de Jesus, Irmã Maria de Jesus de Puebla (México). Suas causas de canonização estão chegando à fase final.
Os brasileiros não podemos esquecer o nome de Madre Joana Angélica de Jesus, que deu a vida em defesa das Irmãs, em 1822, quando as tropas do General Madeira invadiram o sagrado recinto do Mosteiro da Lapa, em Salvador da Bahia, tornando-se mártir da caridade e a primeira mártir da Ordem. Os historiadores chegaram a chamá-la de Mártir da Independência. São muitas as Irmãs que, ao longo de quinhentos anos, brilharam por sua santidade, ainda que escondidas na clausura, e por sua terníssima devoção à Virgem Maria concebida sem pecado.
Santa Beatriz e as Concepcionistas estão ligadas à Imaculada Conceição de Maria como a água está ligada ao mar. O decreto de aprovação das Novas Constituições (1993) afirma: “Santa Beatriz da Silva deu origem em Toledo a uma nova família religiosa, que encontra sua raiz e sua razão de ser na Igreja, na contemplação do mistério da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria e no empenho por imitar e reproduzir suas virtudes”. O verbo contemplar e o verbo imitar ocorrem algumas dezenas de vezes na Regra e nas Constituições da Ordem Concepcionista. A contemplação leva à imitação. E o esforço de imitar leva necessariamente à contemplação.
Como é possível alguém imitar a Imaculada Conceição, se todos nascemos marcados pelo pecado original com sua legião de conseqüências? Encontrei resposta em vários parágrafos das Constituições da Ordem de Santa Beatriz. Trata-se de imitar o modo como viveu a Virgem Maria, o modo como ela cumpriu a missão recebida, ou seja, como ela viveu a sua vocação específica. Primeiro, no silêncio. Não apenas o silêncio da boca fechada, mas o silêncio dos ouvidos abertos. Ou seja, o silêncio que se transforma em escuta. Foi o grande elogio que Jesus deu à sua Mãe: “Minha mãe é aquela que escuta a Palavra de Deus” (Lc 8,21). O escutar tem tanto a ver com o contemplar, quanto a solidão tem a ver com a comunhão.
Depois, a Concepcionista imita a Virgem Imaculada na obediência. A palavra ‘obediência’ e a palavra ‘escuta’ têm a mesma origem semântica. Obediência vem de ob-audire, ou seja, escutar com a máxima atenção. Obedecer a Deus significa, então, antes de tudo, escutar Deus. E obedecer às Irmãs significa escutar as irmãs com atenção e atitude acolhedora. Na espiritualidade franciscana, cultivada pelas filhas de Santa Beatriz, a obediência não é vertical (a súdita que obedece à superiora), mas horizontal (a Irmã que escuta e obedece à co-irmã). A obediência, portanto, tem muito a ver com a comunhão fraterna que, por sua vez, é condição para a verdadeira contemplação.
As Constituições das Concepcionistas ensinam que a Irmã imita a Virgem Maria também no serviço. O n. 99 das Constituições lembra que serviço é, sim, trabalho. Mas é também a responsabilidade de cada uma no fazer a comunhão fraterna, no construir a comunidade. Aqui toma sentido grande a afirmação programática de Jesus: “Não vim para ser servido, mas para servir” (Mt 20,28). O n. 99 tem um terceiro campo que chama de serviço: a vivência da fé. Pode parecer estranho que se chame a vivência da fé de serviço. Mas o que é vivência da fé, se não a convivência fraterna, onde cada uma deve ser tudo para todas e fazer tudo para todas? Viver a realidade de cada dia é trabalhar para que a realidade de cada dia se torne prenhe de fé e assuma o status de Reino dos Céus.
As Irmãs Concepcionistas podem viver hoje o mesmo carisma de Santa Beatriz e Santa Beatriz pôde vivê-lo, porque antes dela o próprio Filho de Deus e Filho de Maria viveu e tornou-se modelo de todas as virtudes que vemos e admiramos na Virgem-Mãe Imaculada. De fato, Jesus foi e é silêncio e escuta, obediência e serviço. Como silêncio e escuta, obediência e serviço foi a Virgem-Mãe de Jesus. Como silêncio e escuta, obediência e serviço distinguiram a virgem-mãe Santa Beatriz. Viver o silêncio para poder escutar, viver a obediência para poder servir é a melhor maneira para uma pessoa ser, de fato, contemplativa e imitadora do mistério da Imaculada Conceição da bem-aventurada Virgem Maria.
Dou alguns endereços de Mosteiros de Concepcionistas no Brasil:
● Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição da Ajuda, rua Barão de São Francisco, 385 – Vila Isabel – 20541- 370 Rio de Janeiro RJ.
● Mosteiro da Imaculada Conceição da Luz, Av. Tiradentes 676 – Luz – 01102-000 São Paulo SP.
● Mosteiro da Imaculada Conceição e São José, Av. Visconde do Rio Branco 2590 – Joaquim Távora – 60055-171 Fortaleza CE.
● Mosteiro Sagrado Coração de Jesus e Imaculada Conceição, Rodovia PI 5, km 3. 64800-970 Floriano PI.
● Mosteiro da Imaculada Conceição e Santa Clara, Rua Maria Domingas Milego 75. 18050-100 Sorocaba SP.
● Mosteiro da Imaculada Conceição, Rodovia Presidente Dutra, km 234, bairro Santa Beatriz da Silva, 12501-970 Guaratinguetá SP.
A Família franciscana celebra a festa de Santa Beatriz da Silva no dia 17 de agosto. A oração da festa lembra que, em sua vida contemplativa e virginal, resplandeceu a devoção à Virgem Imaculada, concebida sem pecado, Mãe de Deus e nossa mãe.
Fonte: http://www.franciscanos.org.br/?page_id=5490#sthash.XpvpCncV.dpuf