sábado, 19 de novembro de 2011

Comunicando o Deus da Vida

Irmã Dina Siqueira comboniana
Deus chama onde quer e como quer.Com alegria partilho minha experiência do Deus da Vida e da Missão, por Irmã Dina R. de Siqueira Sou irmã Dina Ramos de Siqueira, natural de Salesópolis, interior de São Paulo, missionária comboniana. Aos seis anos, mudei-me para César de Sousa, distrito de Mogi das Cruzes.
Tive a graça de crescer no ambiente missionário da paróquia de São Pedro Apóstolo, dirigida pelas irmãs espiritanas.
Em 1989 os padres combonianos foram convidados pela minha paróquia, para animar a novena da festa do Padroeiro e 'ajudar as missões'. Eles divulgaram a revista missionária 'Sem Fronteiras'. Ao ler o testemunho de entrega de missionários e missionárias, senti que Deus chamava eu também, para ser missionária sem fronteiras.
México foi a minha primeira missão fora do Brasil. Cheguei à terra da 'Mãe do Céu Morena' para continuar os estudos, preparando-me em Comunicação Social.
Em 2006 fui destinada à República Democrática do Congo. Conheci um povo sofrido e marcado pelas décadas de ditadura, inúmeras guerras e saques. Ao mesmo tempo, povo alegre e acolhedor que me fez sentir em casa. Mungbere, pequeno e isolado vilarejo no norte do país, meu campo de atuação. Entre as várias tribos do território estão os pigmeus, que ainda hoje vivem no meio da 'mãe floresta', que lhes garante os meios de subsistência.
Passar da comunicação estudada nos livros àquela vivida na floresta é o desafio que experimentei entre aquele povo nômade. O som do tambor anuncia alegria e dor. Um mastro com folhas secas é sinal de 'mabina,' dança durante a noite inteira. As tatuagens feitas pelas mulheres e crianças, utilizando frutos da floresta, comunicam alegria e beleza. A simplicidade, a acolhida, a música e a dança, juntamente com a solidariedade e a paz, transmitidas por este povo, ainda hoje marginalizado, conquistaram meu coração.
Desenvolvo minha atividade pastoral junto às mulheres pigmeias. As tribos são matriarcais. São elas, as mulheres, que constroem as casas 'cornbele'.  A mulher é a líder da aldeia e responsável pelo desenvolvimento.
A paróquia dispõe do internato que acolhe meninas e meninos pigmeus, dando-lhes a oportunidade de estudo e integração com o povo do vilarejo. Com o mesmo objetivo está implantada também a escola de corte e costura. E para a formação de jovens parteiras, o hospital abre as portas.
O aesso às aldeias é um verdadeiro 'rali' por conta das condições das estradas. Mas a chegada é sempre uma festa. Crianças e adultos correm para dar as boas vindas. Também o momento de deixar a aldeia é celebrado com canções de despedida. O povo sabe comunicar a virtude da acolhida! Aprendi muito. Dou graças a Deus pela experiência da Sua presença, vivenciada no meio
daquele povo.
Agora, preparo-me para começar outro desafio: Animação Missionária e difusão da revista missionária 'Afriquespoir'. Tenho esperança de que outras jovens, através da leitura da revista, tornem-se missionárias sem fronteiras. Trago comigo os 15.000 km percorridos em moto durante estes quatro anos, e, sobretudo, a certeza de que Missão é vida e a vida partilhada em Missão comunica o Deus da Vida.

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